quarta-feira, 8 de abril de 2020

PLACAS POROSAS PARA LEITOS FLUIDIZADOS


Em muitos  processos industriais são utilizados pós como matéria prima.  Outras vezes os pós são o produto final de uma indústria. O manuseio de pós é muito difícil, pois se re-aglomeram, ficam dispersos pelo ar, são difíceis de transportar. Os pós são sólidos particulados, e quanto menor a partícula deste sólido, mais difícil seu manuseio.

Exemplos poderiam ser as fábricas de farinhas na área alimentícia,  talcos e pós de toilette na área de cosméticos, fabricação de pó de extintores de incêndio, cimento cal e gesso na área de construção civil, tintas e pigmentos. Portanto, muitas indústrias tem de manipular pós e particulados.

Uma das maneiras de lidar com estes pós é a formação de leitos fluidizados. De um modo geral, forma-se um volume com este sólido particulado, que é normalmente chamado de leito, acondicionado em um tanque, na maioria das vezes cilíndrico. Por este leito, fazemos passar um fluido, que pode ser líquido ou gás. Em função do tipo de sólido, do tipo de fluido, do sentido do fluxo e de diversos outros fatores, teremos vários tipos de leitos fluidizados, cada um com suas  características próprias.

Vamos tomar um filtro de areia como exemplo, pois nele podemos mostrar três tipos de leitos. Para esclarecer, um filtro de areia é um cilindro cheio de areia, quase até o alto, por onde fazemos passar a água para ser filtrada (filtro de piscina).
1 – durante a operação do filtro, a água entra pelo alto, e a medida que vai passando pelos vãos existentes entre os grãos de areia, vai deixando as impurezas e sendo filtrada, até sair pelo lado mais baixo do filtro. Aqui temos um exemplo de leito fixo, onde as partículas de areia mantém contato entre si e a água passa pelos vãos existentes entre as partículas.
2 – No processo de retro-lavagem, executado para desentupir o filtro, passamos água limpa pelo leito de areia, só que no sentido de baixo para cima, e com uma vazão maior que a vazão de filtração. Os grãos de areia serão movidos pelo fluxo de água, fazendo com que as impurezas saiam pela parte superior do filtro e esta água será descartada.  O leito então se expande, e passa a apresentar um volume maior. Este é o exemplo de um leito fluidizado, onde as partículas sólidas são separadas, e se movem aleatóriamente através do fluido.
3 – Devemos controlar a vazão de água, pois se esta for muito alta, acabará por carregar também os grãos de areia para fora do filtro, não somente as impurezas retidas. Neste caso dizemos que temos um leito de jorro, onde as partículas viajam junto com o fluido.

Mas na indústria, o tipo de leito que mais se usa é o leito fluidizado. Os leitos fluidizados são utilizados para tecnologias do pó, onde vamos transportar pós, evitar que se solidifiquem, promover a mistura homogênea de dois pós, apenas como alguns exemplos. Outro exemplo exótico é a areia movediça que é um leito de areia fluidizado por gases vulcânicos.






Embora constituído por um fluido e sólidos particulados, um leito enquanto fluidizado se comporta como um líquido, por exemplo:



No projeto de um leito fluidizado, o projetista se preocupa com vários parâmetros, como por exemplo:
- gradiente de pressão através do leito
- taxa de expansão do leito
- velocidade de ascensão do fluido
- proporção diâmetro / altura do tanque
- tamanho e distribuição do tamanho das partículas sólidas
- viscosidade do fluido
- fator de forma das partículas

O projeto do tanque é essencial para conseguir um leito fluidizado estável, que é quando se mantem a fluidização com o menor consumo de energia.

O ponto mais importante é a introdução de forma uniforme do fluido em todo o fundo do tanque.

Para isto se utilizam placas porosas pois permitem a distribuição do fluido em todo o fundo do tanque, sem apresentar pontos com velocidades diferentes. Isto é essencial para a estabilidade do leito fluidizado. Este fluido deve ser introduzido no tanque a baixa velocidade, e sempre controlada, formando um fluxo ascendente laminar, com número de Reynolds muito baixo.

 A  PNEUMOTRONIC é uma empresa especializada na fabricação de peças em plástico micro-poroso e fabrica placas porosas para leitos fluidizados desde 1994.

As placas em plástico micro-poroso para leitos fluidizados são oferecidas em diversos tamanhos, já cortadas nas dimensões finais, ou então podem ser cortadas com ferramentas simples, de marcenaria por exemplo.

Placas Porosas
A espessura ofertada vai desde 4.5 mm até 20 mm,  mas obviamente esta espessura deve ser coerente com o tamanho da placa porosa, pois esta deverá suportar o peso do leito quando este não estiver fluidizado. Portanto, quanto maior a placa para o leito fluidizado, maior deverá ser a espessura.

As placas porosas podem ser de formato redondo, retangular ou quadrado. Um ponto importante é o tamanho médio do poro (M.P.S.), que deve ser pequeno, para garantir a homogeneidade do fluxo do fluido. Normalmente o tamanho médio de poro se situa na faixa de 10 microns, que atende a maioria das aplicações industriais. Em alguns poucos casos o tamanho médio do poro pode ser aumentado, para oferecer fluxos maiores do fluido.

Placas Porosas redondas
As  placas em plástico micro-poroso da PNEUMOTRONIC são muito utilizadas para pintura em pó, onde as tintas de base epoxílica são fluidizadas por ar comprimido para serem aplicadas por pistolas nas peças a serem pintadas.

Cooperou com o artigo:
profa. Ana Silvia Prata
          UNICAMP - Enga. Alimentos